O que nos motiva: o amor e o ódio

amor e ódio

“A diferença do amor e do ódio, é que pelo ódio a gente mata, e pelo amor a gente morre.” - Renato Russo

O que alimenta nossa alma, o que nos impulsiona com a adrenalina que nos leva a agir, o que nos ajuda a determinar quem somos, são os sentimentos que carregamos conosco. Mas não é qualquer sentimento. São sensações intensas que, associadas às ações, nos dão característica particulares, nos definem. E não existe nada mais intenso que o amor, e o ódio.

Estes são sentimentos semelhantes, acredite, apesar de opostos. Ambos tem o seu lado construtivo e destrutivo, existe uma fina linha que separa um do outro, são intensos e, associados com outras sensações (angústia, euforia, alegria, dor…), nos movem em nossos objetivos. Qual deles alimenta a suas veias, dá brilho aos seus olhos?

O ódio é destrutivo à medida que a sua meta final é a acabar com aquele ou aquilo que lhe causou algum mal. Acredito que este sentimento é mais expansivo, pois muito dificilmente ele se contém apenas na pessoa que o gerou e não afeta o alvo. De qualquer forma, quem é mais afetado é quem guarda este sentimento. É como uma droga que alimenta, vicia e dá energia, mas depois, quando você menos espera, está devastado e se sentindo sem volta. O ódio é enérgico, estrategista, ácido e inflamável. Uma vez que começa a queimar, a chama espalha-se rapidamente e devasta com tudo que está ao redor.

O seu lado construtivo talvez esteja no sentimento de superação, que muitas vezes vem em associação. A pessoa que odeia usa disso muitas vezes para superar seus traumas, para se mostrar superior e para criar um egocentrismo às vezes necessário para centrar em si e ter força para vencer o que lhe impede de viver.

Já o amor é lindo, como dizem muitos! Mas, na verdade, o que a maioria das pessoas vivem é apenas a caricatura do amor verdadeiro. O amor não é egoísta, ambicioso, é paciente, não se ostenta, tudo espera, tudo crê, tudo suporta… já dizia sabiamente a bíblia há milhares de anos atrás. Você pratica isso? É o sentimento que te motiva a agir com os outros?

O amor dá força e sentido quando compartilhado, quando aquela nuvem de pureza e bondade consegue circular ao seu redor e contagiar aos outros que passam por você. O amor é doce, é contagiante e também nos fornece uma alegria imensurável. Ele é construtivo porque nos icentiva a viver adequadamente, a não crescer de forma egoísta e a não gerar danos no próximo, mesmo que nos sintamos injuriados em algum momento. Mas até o amor tem o seu lado destruidor e acredito que esteja na frustação de não ser compreendido ou recompensado, o de se esvaziar em doação e não receber na mesma proporção, ou então o do querer amar sem ter uma fonte interna forte o suficiente que gere esse amor.

Assim como o ódio, amor sem que haja dor é muito difícil, quase impossível. Por isso a linha tênue entre os dois; o limite de até quando uma pessoa consegue amar sem esperar nada em troca, sem priorizar seus interesses. É por isso que muitos amores acabam em ódio, e muito dos ódios que guardamos consiste em paixões e amores mal resolvidos ou mal encaminhados. Quando se trabalha com sentimentos tão intensos é preciso ter muito cuidado e limites, para conduzir a vida com sabedoria e não deixar feridas irreversíveis na alma.

O amor, e o ódio, são o que alimentam nossos sonhos, dão suporte aos demais sentimentos e influenciam em nossas decisões. Você escolhe, com base em sua vivência, o que quer cultivar. É você que decide que tipo de adrenalina quer ter em suas veias, que tipo de alimento quer cultivar em seu coração. Seja qual for a sua escolha, tenha limites e não haja de forma auto-destrutiva. Sentimentos intensos como estes tem este poder, e muito sábio é quem sabe lidar com eles e controlá-los, na medida do possível, dentro de si.

De uma menina intensa, mais do que ela mesma possa muitas vezes compreender ou administrar.

A Pequenininha

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