Esqueci aquele número... Aleluia!

muito feliz

Como era mesmo?! 877... Não, estou confundindo com o da minha mãe... 878...Hum, também não é esse... Vamos ver, acho que é algo com 880... Não, também não. Decididamente, não consigo lembrar o número daquele telefone. Deus seja louvado por isso!

Eu não quis forçar esquecer, mas cada vez mais fui fazendo menos questão de lembrar. Ele estava presente em meu celular e agenda, depois somente na agenda (para me forçar pensar mais vezes antes de ligar), o ano acabou e na nova agenda o tal número já não constava. Apesar de meu esforço para este desapego, aquela teimosa sequência numérica ainda permanecia fiel em minha memória, me fazendo detestar a mim mesma pela incapacidade natural de esquecê-lo. Desejava não ser verdade, mas sabia que a memorização, mesmo que inconsciente, daquele contato me fazia ainda ligada a ele, dependente emocionalmente de algo que não me rendia em nada. Era preciso apagá-lo da memória como uma última etapa de superação desta fase. E eis que este momento chegou! \o/

No começo eu acreditei que poderia ser o amor mais marcante da minha vida, depois eu pensei que poderíamos ser grandes amigos, a realidade então me fez analisar que só amigos talvez já estivesse mais que bom... Com o tempo eu vi que nem isso era possível de se estabelecer e, apesar de meu investimento para manter contato, a falta de reciprocidade foi encaixando nosso relacionamento em outra categoria, o da indiferença.

Por uns momentos desejei que ele estivesse ao meu lado me aconselhando como antes. Não queria dar em cima, jogar indireta ou algo do tipo. Eu o queria bem simplesmente, e também queria que ele também reconhecesse essa amizade e espontâneo bem querer. Mas por certos momentos fiquei magoada com aquela indiferença disfarçada em desculpas idiotas e meu desejo era apenas de que ele fosse para os quintos dos infernos plantar batatas por lá! Mas isso não era muito do meu feitio e duravam apenas poucos momentos. Então passei a fazer algo necessário e aparentemente lógico, mas que foi um processo muito difícil para mim, me desafeiçoar completamente daquela pessoa.

Ele marcou minha vida mais do que eu mesma poderia imaginar, mas era hora de ir embora... E como eu desejei este adeus! Agora este momento chegou e estou feliz porque finalmente posso viver essa nova fase da minha vida com total liberdade e desapego, com meu coração limpo para ser trabalhado novamente, e isso é maravilhoso! “Recomeçar... porque é sempre possível e necessário recomeçar”. E assim me sinto renovada, viva, e com muito mais sabedoria para enfrentar o futuro e tudo o que ele tem a me oferecer.

Talvez o que um dia me fez bem naquela pessoa facilitou para que eu me afeiçoasse a ela por tanto tempo, mas tantas outras pessoas têm tantas coisas boas a nos ensinar também, mesmo que as decepções inevitavelmente aconteçam. Por isso não podia parar minha vida por um indivíduo somente, e ele também tinha seu rumo totalmente diferente do meu para seguir. Normal então, sigamos sem ressentimentos.

Então, que saibamos desbravar o potencial que os novos caminhos podem nos proporcionar, utilizando da sabedoria aprendida de experiências anteriores, mas também com uma coragem renovada pra caminhar e lutar decididamente rumo à felicidade! Que eu também não precise recorrer, por motivo de carência ou falta de amor próprio, às minhas antigas agendas para resgatar este número em meio a páginas empoeiradas.

De uma menina que tem memória boa para algumas coisas (às vezes detalhes idiotas), mas que prefere mesmo guardar seletivamente somente aquilo que lhe faz bem.

A Pequenininha

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