Pelo direito de se render a cantadas baratas!

arrasando

Homens foram criados, de maneira geral, para serem conquistadores natos; para darem aquela olhada indiscreta e soltarem sem hesitar um ’Oh lá em casa’ ou um ‘Mas tá linda hein’ toda vez que verem um belo corpo feminino passarem em sua frente. Mulheres, por sua vez, foram educadas a não serem fáceis, porém, concomitantemente, instruídas a agir sempre de forma sedutora e encantadora, capacitadas para virarem sempre que quiserem a maioria dos pescoços do sexo oposto.

E assim caminha a sociedade… mulheres que seduzem, recebem os galanteios que lhes são devidos e o posterior ignoramento dos mesmos (com um gostinho envaidecido) como norma social de que assim deve ser. Relação interessante, um pouco engraçada e com fim pouco produtivo! Onde está escrito que você não pode virar para trás e responder ao elogio se achar que a investida compensa?

Era uma mulher vaidosa, se cuidava, mantinha-se bela, e adorava ser percebida pelos outros por isso. Pensava no encontro do amor verdadeiro, mas também nas paixões inesperadas, destas que surgem ao acaso e dura um verão (ou menos) para manter o coração aquecido. Tinha a pose certa para se portar, para falar, para andar, e até para olhar as vitrines de loja; tudo para ser encantadora em todos os momentos! Ótima atuação, aprendizado perfeito e, claro, os elogios vinham como recompensa para alimentar o seu ego. Tudo perfeito! Mas apesar de tantos admiradores eis que ela permanecia sozinha.

Eis que em um dia comum um belo representante do sexo oposto passa por ela e lança a sua cantada instintiva para belas moças. Ela, por sua vez, se sente envaidecida, só que desta vez, mais do que isso, também tentada a responder o elogio. Bem, ela se vira para reparar melhor o admirador e vê que ele ainda está observando-a. ‘Aí que legal, ele continua me olhando!’ A vaidade cresce, o sorriso surge pelo constrangimento, graça e alegria de um cara tão bonito poder dar toda aquela moral por sua passagem. Olha novamente e ele ainda está ali, olhando; só que agora mais distante porque vocês estão caminhando em lados opostos e dificilmente se encontrarão novamente. Nisto o desejo de responder aos seus olhares e sorrisos aumenta. Ele para de caminhar, fica na esquina (pois dali tomará outro rumo) à espera da sua próxima olhada, o seu sinal para ele poder dar meia volta e perguntar seu nome e telefone. ‘Aiai, como eu queria corresponder, mas não posso!’_ pensa consigo mesma, indignada com sua falta de coragem enquanto continua a andar, deixando o cara seguir seu caminho.

E assim ela segue envaidecida e contente por se sentir notada, mas ao mesmo tempo lamentando a sua falta de ousadia para responder a um galanteio de seu interesse. Mas ela não saiu na rua, não se produziu e tinha toda a sua pose para isso mesmo? Para despertar admiração, paixões fugazes e, quem sabe, favorecer o acaso de um encontro?! Mas sua timidez e o cumprimento das regras sociais a fizeram agir assim. Talvez fosse realmente a maneira certa de agir, porém com sua falta de atitude naquela hora ela nunca saberá!

Quando você recebe uma cantada no meio da rua você não pode pensar ser exclusiva, que aquele cara só falou aquilo porque foi com você, e somente você, a passar por ali, e que com outra isso não ocorreria. Mais se fomos criadas para sermos sedutoras e eles a nos elogiarem por isso, não tem do que achar ruim não acham?

A presente escritora acredita que sim, você pode responder ao galanteio se quiser, dar seu doce sorrisinho de agradecimento e, quem sabe, deixar uma pista para um reencontro (sem vulgaridade e com aquele jeitinho doce e discreto de ser). Só assim ele poderá conhecer quem realmente é aquela mulher por detrás daquela atuação encantadora e você conhecer quem é realmente aquele cara da cantada legal (mesmo que barata) que te chamou a atenção. Desta forma, vocês vencerão as barreiras das convenções sociais e abrirão oportunidade de se conhecerem realmente, de evoluírem do encontro rápido em prol da vaidade para um outro encontro, o de homem e mulher que buscam um complemento (nem que seja temporário). Nós devemos ser menos engessados em ideias pouco produtivas e buscarmos sermos mais práticos, com mais consciência e atitude pela busca do que queremos.

Acredite, a pessoa certa não vai aparecer vestido de príncipe em um cavalo branco indo exatamente à sua procura e sabendo onde te encontrar. É preciso se situar! Nós vivemos no século XXI onde existem bilhões de pessoas, cidades com um estilo muito agitado de vida, novos padrões de comportamento e a condição (que na maioria dos casos considero um avanço) de que se você quiser realmente uma coisa você tem que correr atrás dela. Devemos parar de pensar que tudo acontece como nas novelas e conto de fadas!

Este texto sugere para ir em busca de seus interesses e isso não quer dizer começar a agir como uma piriguete ou cafajeste loucos por aí. Isso quer dizer saber o que quer, lutar para conquistar e também saber lidar com as suas consequências. Tenha cuidado e não espere demais de um cara que você encontrou por acaso na rua ou festa, da mesma forma que ele provavelmente não esperará também muito de você, especialmente para relacionamentos. Só o conhecimento verdadeiro de um para com o outro poderá dar créditos à ambos e, a partir daí, determinar quais serão os frutos que surgirão da relação estabelecida entre vocês. #FicaADica

De uma menina que adora se sentir lisonjeada (especialmente pelos caras bonitinhos), mas que ainda se sente pouco ousada e presa as malditas convenções socias.

A Pequenininha

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