Tipos: O Carente

O carente é aquele que passa ou passou por algum desequilíbrio afetivo e necessita mais da atenção dos outros do que uma pessoa que não sofre disto. É uma pessoa dependente, que se entrega facilmente na esperança de que o outro lhe corresponda e lhe preencha nas suas necessidades, da mesma forma que ela lhe entrega o seu mundo.

Devido a isso, pessoas carentes são carinhosas e atenciosas, mas muitas vezes exigentes na correspondência de sentimentos. Elas se entregam demais, mas não fazem isso de graça. E daí pode surgir um grande problema que é o maldito ‘grude’ temido nos relacionamentos.

Pessoas carentes possuem um problema, são altamente manipuláveis! Elas necessitam de cuidado e afeto e se abrem facilmente quando recebem um pouco de atenção, pelo mínimo que seja. Daí o fato de se machucarem tanto; pois, na ânsia de se satisfazerem em suas necessidades, se rendem a qualquer migalha afetiva oferecida, qualquer sinal de amor, mesmo que seja um falso amor. Os carentes têm medo de perder aquele mísero sentimento a eles dedicado e por isso se apegam tanto, se entregam, batalham pelo pouco já que estão cansados de viverem do nada.

Porém, o carente busca satisfazer essa falta e estabelecer o equilíbrio e por isso a sua necessidade, mesmo que inconsciente, de estar em um relacionamento. No começo pode ser difícil, pois a necessidade de se preencher e de curar essas deficiências pode sugar muito do parceiro, podendo tornar a relação um pouco cansativa e desbalanceada. Mas uma vez conduzindo bem o relacionamento e sanando essas dificuldades, o carente se torna uma das melhores pessoas de se conviver. Isso porque ele saberá valorizar sua dedicação e também será atencioso, buscando sempre manter este equilíbrio e dedicando-se à manutenção deste sentimento e bom relacionamento.

O carente precisa ser uma pessoa madura, especialmente no campo afetivo, e isso ele só aprenderá na prática, na vivência de seus relacionamentos. Em um casal onde um ou ambos agem desta forma é preciso saber enxergar estas questões; seus problemas e potencialidade de crescimento, serem sinceros e saberem ter a compaixão e cuidado um para com o outro. O problema muitas vezes está que, vendo a fragilidade de um carente, o outro usa disso para aproveitamento próprio e não com a sinceridade de querer realmente estar com o coitado, traumatizando-o ainda mais.

Superar essas dificuldades não é fácil, mas são amenizadas quando há compreensão, sentimento verdadeiro e o desejo de superação. O carente não deve achar a sua condição como ‘ideal’ ou ‘normal’ da mesma forma que os outros não devem pensar que aquilo não há jeito de mudança. Assim como pessoas com diversos outros problemas afetivos e de personalidade, o carente precisa saber ponderar, buscar uma relação saudável, usar a razão e se desenvolver na confiança e no amor a si, ao outro e à relação construída. É no crescimento mútuo de uma convivência e relação saudável que passamos a ser pessoas maduras, autoconfiantes, independentes e capacitadas para amar e sermos amados, sem transtornos.

De uma menina que procura superar esta sua condição (um de seus principais defeitos) e que fica impressionada com a fragilidade afetiva que sofre o carente, assim como o potencial para que esta pessoa se torne um ótimo companheiro (a) quando lapidado. Particularmente, a menina que vos escreve já dedicou muito do seu tempo falando sobre isso, se identificando com muitos carentes de plantão e até lançando suas ideias em um perfil no twitter (@CumuloCarencia), mas atualmente não apresenta mais criatividade, inspiração, e nem vê grande motivos para isso. Amém! =D

Bjus… A Pequenininha