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Realmente, infeliz o homem cuja fama torna suas desgraças famosas. _ Lúcio Ácio

Nos últimos tempos tenho estado muito insegura com minhas postagens no blog, pois elas passaram a tomar proporções nas quais nunca esperava. Com as redes sociais tudo ficou muito mais difundido e o acesso à informação muito mais rápido e prático. Porém com o fator de maior divulgação também vêm as críticas, a formação de uma imagem na cabeça do leitor, o cuidado ao lançar uma informação em domínio público, etc. Muitas preocupações para quem só queria uma forma de liberar seus pensamentos da cabeça.

Passei minha adolescência escrevendo em diários e quando entrei na faculdade achei que minhas ideias talvez pudessem se identificar e ajudar outras pessoas; então criei o blog. Fiz isto não porque eu queria que muitas pessoas lessem, mas porque precisava que a intensidade do que eu sentia e pensava se traduzisse em palavras e, desta forma, eu mesma ia me conhecendo no processo de escrita.

No começo eu escrevia como forma de incentivar a mim mesma em espécies de textos que pareciam mais de auto ajuda. Eu sabia a fórmula para superar as dificuldades e precisava acreditar naquilo e, quem sabe, poder ajudar outros em mesma situação. Eram meio que fórmulas prontas do tipo ‘Saiba valorizar a si mesmo’, ‘Não deixe que os outros tirem o seu valor’, ‘A mudança ocorre a partir do momento que você acredita que isso é possível’ e tantas outras mensagens que expunham meu pensamento e me faziam crescer na maneira pela qual conduzia minha vida. Este foi um momento muito importante para mim.

Passaram se os anos e com eles pude observar a evolução dos meus textos. Tudo que eu vivia e sentia e toda a minha transformação também foi acompanhada na forma de posts. A autoestima, a segurança em mim mesma, a maneira para lidar com as dificuldades foram em muitos textos partilhados com os leitores, alguns deles em linguagem muito pessoal (pois escrevia da maneira que achava mais pertinente e na qual me expressava melhor no momento).

Isso foi bom, pois vejo o quanto amadureci e o quanto aprendi ao partilhar isso com outras pessoas. Porém vejo que da mesma forma que meus textos geram reflexão e identificação com a realidade de outros, também geram críticas e mau julgamento de muitos que não conhecem a minha história e podem ler um texto somente e já tirarem um pré-conceito de mim.

Quando eu vejo essa quantidade de acessos por dia, no mês e acessos totais fico assustada com a proporção que as coisas estão tomando para quem não queria ser conhecida e até usa um pseudônimo para isso (como se fosse de muita valia). Imaginem 71 julgamentos por dia, 2025 por mês! Muitos deles não entenderão meu ponto de vista e podem achar que estou espalhando minha vida aos sete ventos, pensar que o que estou escrevendo é pra esta ou aquela determinada pessoa, podem se sentir injuriadas de alguma forma, deduzir que eu escrevi algo querendo passar determinada mensagem ou que eu sou aquele tipo de pessoa… e por aí vai.

Quando assumimos dizer algo publicamente temos que também tomar consciência das consequências, e eu assim o faço! Tenho pleno conhecimento do que digo e avalio várias vezes antes de postar. Mas talvez o outro, que está livre para acessar a informação gerada, não esteja preparado para interpretar o que escrevi ou interprete da maneira dele (que pode ser diferente da minha), ou talvez ache que uso disso de forma inescrupulosa. Bem, ele é livre pra pensar o que quiser e o cuidado deve ser meu, sou eu que disponibilizei esta fonte para o possível julgamento dele.

Digo isso porque talvez não seja o momento de parar de escrever, mas sim de parar de divulgar meus textos tão abertamente. Quem me conhece e realmente gosta do que escrevo vai lê-los de qualquer forma e muito provavelmente entenderão o contexto na qual foram escritos. Restringindo a informação talvez eu restrinja os acessos e com eles as especulações sobre a minha pessoa. Com isso as minhas filosofias e meu desejo de se identificar com o outro talvez fique restrito, o que é uma tristeza, mas talvez este seja o melhor caminho. Não criei o blog para ter milhões de acessos; o criei para liberar minha cabeça dos milhões de pensamentos, para direcionar toda essa energia criativa em algo produtivo e creio que isso foi e está sendo muito positivo para mim.

Bem, ainda estou pensando no que farei, mas queria deixar aqui uma nota de esclarecimento sobre isto. Fiquem tranquilos, nada catastrófico aconteceu para eu lhes escrever este texto. Rsrsrs... Só penso que da mesma forma que meus textos me engrandecem como pessoa eu também preciso saber engrandece-los com meu discernimento e sabedoria.

Grande abraço de uma menina que ainda prefere o anonimato e zela pelo cuidado pessoal.

Bjus… A Pequenininha

boca fechada

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