Fachero
Eu fiquei dois meses aporrinhando
o juízo das minhas amigas para irmos naquele bar latino. Nas redes sociais ele parecia
ser muito bonito e animado! Enfim, decidimos ir em uma quinta-feira. ‘Quinta-feira?
Quem anima sair assim no meio da semana?’ Mas era isso ou nada, porque é quase
impossível conciliar uma data onde todas estão livres. Fomos!
Eis que chegamos e fiquei um
pouco desapontada. O lugar era lindo, mas apesar daquela batida mega dançante
ninguém se atrevia a dançar no salão de decoração super colorida. Definitivamente
quinta-feira não é o melhor dia para quem gosta de dançar um reggaeton! Mas
eis que, enquanto meus pés coçavam para ir para a pista, chegaram uma turma de
uruguaios no bar e se sentaram ao nosso lado. Todos muito animados, festivos,
aparentemente um pouco ‘alegres’ de algum bar anterior. Estavam turistando e
conhecendo a cidade. Eu vi nessa oportunidade a minha chance perfeita de
dançar e chamei um deles (o mais bonito, claro!).
E assim venci a vergonha e arrisquei
meu portunhol que estava fatal mas bom o suficiente para convencê-lo a
aceitar o convite. Começamos ali a dançar e parece que meu olhar foi clínico
para escolher o melhor dançarino! O corpo dele se movia com leveza, no ritmo da
música, junto com o meu. Mais próximo.. e mais próximo... até as nossas
respirações se encontrarem em um mesmo ritmo. Minha cabeça deslizava delicadamente
por seu pescoço e nossos corpos se entrelaçavam, depois nos afastávamos,
rodávamos, rebolávamos... era bonito de se ver! Suas mãos envolviam a minha
cintura e a conduzia para a direita, e depois para esquerda, com a pressão
necessária para eu decifrar cada movimento como se já tivesse ensaiado aquelas
músicas a vida toda!
E era tão sensual, tão alegre,
tão envolvente! Gastamos ali umas três músicas e voltamos para as nossas mesas.
Mas, depois, foi ele que me chamou e voltamos para a pista. Só sei que entre
uma tequila e outra eu comecei a praticar o melhor espanhol da minha vida e
conversamos bastante enquanto nos movíamos, nos envolvíamos e nos embriagávamos
um no perfume do outro. 'Nossa, que perfume!' Olhos nos olhos, muitos risos, corpos
suados e meus pés que já pediam clemência depois de dançar horrores! Fim de
noite e trocamos telefones e a promessa de nos vermos novamente.
Eu poderia pensar que só foi uma noite
legal, mas não é que acordei com a mensagem dele de ‘Buenos días’ pela
manhã? Conversamos ao longo do dia e marcamos um novo encontro para o dia
seguinte. Eis que nos encontramos em um parque, próximo de casa, e ele me vem com
uma cuia de chimarrão e uma garrafa térmica de água. Segundo ele, é tradição
chamar uma garota para matear em um primeiro encontro e que esse, sim,
era la nuestra primer citá. E ali passamos horas nos entretendo e ele
me ensinando a tomar mate ‘à moda do Uruguai’.
E o olho dele brilhava como o de
uma criança, querendo me descobrir e ao mesmo tempo contar as coisas do seu
país: era tão doce e fofo! Chegava a ser um pouco contrastante aquela sua personalidade romântica com aquela tão sedutora que eu havia conhecido dois dias antes. E assim conversamos
por um longo tempo até ele me deixar em casa. E, quando pensava em me despedir, eis que
ele me puxa pra si e me arranca um beijo! Mas um puta beijo, diga-se de
passagem! Era quente, desses que envolvem todo o seu corpo! Daqueles que te tiram
o ar e te fazem ficar perdida, por alguns segundos, no tempo e espaço. E, quando
finalmente terminamos, ele sorriu. Aí sim eu vi a mistura do doce com o safado,
maravilhosa, e me dei conta de que estava totalmente caidinha por ele! Então
devolvi o beijo no mesmo estilo, envolvendo a minha mão em sua nuca e agarrando
forte a sua cintura. Ele se inclinou levemente sobre mim, enterrando
os seus dedos em meus cabelos e os puxando de leve, trazendo também a minha cintura
para próximo do seu corpo. Nossa, que calor!
Já estava um pouco indecente
aquela cena na porta do meu prédio, então o chamei para entrar e ficamos no play.
Fiquei um pouco insegura de termos algo, apesar de querer muito! Mas, como que
lendo a minha mente, ele segurou firme a minha mão e o trouxe pra ele. Me fez
subir sobre os seus pés e, acompanhando os seus passos, corpos colados, olhos nos olhos, ele sorri e diz: ‘Mira como vamos
caminando juntos!’ Rimos e nos atacamos mais uma vez, ao mesmo tempo que caminhávamos, até nos encostarmos na mureta do prédio.
– Como posso dizer que te
achei muito bonito?
– ¡Fachero, puedes decir
fachero! – ele acha graça da minha curiosidade.
- ¡Interesante, fachero!
E essa pausa era apenas para tentar
acalmar um pouco a nossa intensidade, na tentativa de respirar. Mas não por
muito tempo. Logo o sinto retomar aquele beijo que desce pela minha bochecha,
passando pela minha orelha e indo até o meu pescoço onde ele se demora, como
que querendo devorá-lo, me apertando firme e me fazendo queimar a cada toque!
Eu então me viro e ele levanta o
meu cabelo e começa a me beijar, delicadamente e de forma bem molhada, da
altura da minha nuca até o meio das minhas costas, onde termina o decote do meu
vestido. Ele me dizia coisas como o quanto eu era bonita, divertida e como eu
cheirava bem. Confesso que em determinado momento eu já não prestava tanta
atenção no que ele falava pois estava totalmente inebriada pelos seus toques,
seu calor e a sua rigidez, já percebida junto a mim.
E eu me movia e o sentia cada vez
mais! E quando mais o sentia mais eu o queria!
– ¿Te gusta perrear? – ele
sussurra em meu ouvido.
Confesso que eu não precisava de
nenhum tradutor para saber o que ‘perrear’ significava. Já dizia tudo a
forma como eu me movia para senti-lo cada vez mais; rebolando, me
contorcendo, me movendo deliciosamente enquanto a respiração parecia por vezes
falhar de tão ofegante!
Ele então coloca dois dedos em
minha boca e faz com que eu os chupe, como que querendo chupá-lo e, com
destreza, levanta o meu vestido e coloca a minha calcinha de lado. Assim posso
senti-lo movendo dentro de mim, delicado e ao mesmo tempo na pressão exata, se
encaixando nos ritmos dos meus movimentos, entrando e saindo de mim enquanto
seus dedos escorrem a minha umidade.
–¡Necesito probarte!
E assim ele me vira, olha bem nos
meus olhos e me beija com um beijo doce, suave. Acaricio os seus cabelos
enquanto contemplo ele descer, delicadamente, me beijando, como que pedindo
permissão a cada movimento. Enfim o vejo de joelhos, olhando para mim, esperando
apenas o meu sinal para devorar-me por inteira. E eu não resisti, já estava
entregue!
– Venha!
E assim ele colocou mais uma vez
a minha calcinha de lado, e começou a me chupar, lentamente, circulando a sua
língua em mim, fazendo eu me agarrar mais forte em seus cabelos a cada
movimento. Ele então vai desbravando cada centímetro, de cima até embaixo, e
depois circulando, me sugando, me fazendo enlouquecer de tesão e apenas pedir
por mais!
Enquanto rebolo em sua cara sinto
seus dedos entrarem e saírem de mim; primeiro suave e depois cada vez mais
forte, mais fundo, enquanto também sinto aumentar o ritmo da sua língua, circulando,
indo e voltando, me enlouquecendo e fazendo as minhas pernas vacilarem de tesão!
Ele sente que estou fraca e me segura firme, e não para, continua firme,
metendo e me chupando com mais intensidade até que, rebolando em sua cara, eu
explodo em um gozo deliciosamente intenso e alto, e escorro todo o meu prazer
em sua boca e pelas minhas pernas, desfalecendo em seguida!
Ele automaticamente se ergue e me
segura firme, me abraçando. E ali passamos um bom tempo até que, aos poucos, eu
fosse recobrando novamente os sentidos e as forças para conseguir me sustentar em
pé, sozinha. Ele sorri novamente, talvez porque não esperava que eu fosse
reagir de forma tão intensa ou porque simplesmente não acreditava na loucura que
tínhamos acabado de fazer. Com aquele jeito fofo e carinhoso ele me beija,
muitas e muitas vezes! Vários selinhos estalados em minha boca e em todo o meu
rosto que me fizeram sentir todo o meu gosto impregnado em seus lábios mas
também todo o seu carinho diante de mim.
–¿Nos vieron?
Eu particularmente não sei. Pelo
tardar da hora, talvez não. Se viram, o estrago já estava feito! Confesso que
no auge do calor eu pouco pensei que estava em um local público.
Ele então me disse que queria me
ver no dia seguinte, em um lugar mais reservado, onde pudéssemos aproveitar ao
máximo um ao outro. Eu de pronto aceitei, era o que mais queria! Acontece que
logo pela manhã recebo uma mensagem dele dizendo que, devido a um imprevisto no
trabalho, ele teria que retornar naquele mesmo dia para o Uruguai e não poderíamos mais nos
encontrar.
E assim eu me despedi do meu uruguaio. Nos seguimos nas redes sociais e até trocamos ideias vez ou outra. Mas os nossos planos e os vários quilômetros de distância impedem um encontro breve. Mas, apesar de querer ter desfrutado mais, muito mais, guardo comigo cada detalhe dos nossos momentos sutis, românticos e, claro, os mais quentes também! Aquele fachero me tocou de uma forma que eu não poderia imaginar! Agora, sempre que posso, também toco por ele... y lo escribo...
...aiai fachero!
A Pequenininha
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