Verão


– Você sabe que te fotografei pelado, não sabe? - Disse rindo, deitada na cama enquanto ele se levantava.

Ele se vira com um ar de assustado e um tanto quanto incrédulo:

– Ah?! Como assim?!

– Acabei de te fotografar, pelado, nesse exato momento, nessa exata posição! - E o fitei firme enquanto fazia um enquadramento de lente com os meus dedos polegares e indicadores, como que imitando um fotógrafo que analisa o melhor ângulo para o seu trabalho.

De fato, aquele corpo nu, suado, encharcado pelos nossos fluidos e parcialmente iluminado pela luz que vinha da sala, sala esta que foi palco do início desse roteiro; aquela imagem capturada pelos meus olhos era definitivamente digna de uma linda fotografia e uma moldura em quadro! Ai ai... definitivamente aquilo não é algo que se esquece facilmente! Não tinha como eu desviar o meu olhar lascivo daquela cena e o desejar de outra forma que não fosse aquela em que o encarava diante de mim!

Ele então se pegou rindo, aliviado, um pouco envergonhado e um tanto conformado de que aquela era mais uma das minhas besteiras.

– Você não tem jeito mesmo, hein?! Rsrs... 

Mas, repentinamente, parece que o jogo vira e agora sou eu que me pego sendo observada.

– Que foi? - Pergunto enquanto o encaro com um ar incitativo e curioso, de quem adoraria se deliciar com a resposta.

Ele nem precisaria responder caso não quisesse. Aquele olhar de safado e aquele risinho de canto de boca já entregavam tudo! Ainda assim, ele responde:

– Nada! Só estou te fotografando também.

E segurando carinhosamente o meu tornozelo, ele completa:

– Tá aí uma imagem que problema nenhum no HD vai conseguir apagar, porque ela estará aqui oh.. - e aponta para a cabeça - na minha memória!

Então ele me fita novamente, profundo e jocoso, na certeza de que conseguiu me provocar na mesma medida.

E sempre fomos assim, sempre! Acredito, inclusive, que foi isso que nos uniu: o nosso senso de humor e o nosso desejo! E, claro, não podemos nos esquecer dos nossos propósitos em comum. Com certeza foram eles que fizeram com que nos ajudássemos e nos fortalecêssemos a cada dia. E sinto que nos incentivamos um ao outro, nos suportamos nas adversidades com a mesma intensidade que nos amamos. E, a julgar pela quantidade de problemas e desafios que já enfrentamos juntos, vocês podem imaginar que isso é intensidade ‘para um caralho’!

– Mas, espera aí?! - Indago repentinamente enquanto ele se dirigia para o banho - Você não capturou o meu melhor ângulo. Eu gosto de ser fotografada direito! - Digo isso com um ar de mandona e um tico manhosa.

– Ah, é? E como a ‘senhorita’ gostaria de ser fotografada? – Ele indaga, voltando-se para mim, sorrindo.

Então eu me viro de costas e vou erguendo lentamente a minha bunda em sua direção. Deixo ela bem empinada, com minha calcinha preta de fio desenhando a volta do meu bumbum e marcando delicadamente o meu quadril. A minha cabeça, antes afundada no colchão, se inclina levemente para o lado e para trás na intenção de reparar a reação dele diante daquela cena. E, claro, não poderia ser das melhores!

Com um ar de safado, ele se aproxima de mim, desliza as suas mãos sobre as minhas costas, de cima até embaixo, até parar sobre a minha calcinha, levantando-a levemente pelo quadril e acariciando-a, como que finalmente reparando naquele pequeno detalhe de renda dentro de todo aquele cenário.

– Mas você vai querer mais, mulher? - Ele questiona enquanto me fita e ri de canto de boca.

– Mulher? - Questiono com ar de indignação.

– Uai! Mas não é o que você é?

– Você sabe que não é assim que gosto de ser chamada.

Ele então se aproxima, cola o seu corpo em minha cintura e pergunta, instigando:

– E como é que você gostaria de ser chamada, então?

– Só diz!

– Puta! - Ele responde.

– Você sabe que ainda não está do jeito que eu quero.

Ele então me agarra pela cintura e, em um movimento rápido, debruça-se sobre mim enquanto que, com a outra mão, entremeia os seus dedos por entre a minha nuca, envolvendo os meus cabelos e trazendo-os para si. O meu pescoço automaticamente inclina-se para próximo do seu rosto e consigo sentir toda a rigidez do seu corpo em contato com o meu. Ele, colando a sua boca ao pé do meu ouvido, sussurra, grave:

– Minha puta!

E assim retomamos o nosso ato de onde paramos e adicionamos mais um episódio memorável a essa história que tem sido deliciosamente aproveitada!

Hoje ouvi a previsão do tempo pela manhã que dizia que, apesar do verão, essa estação seria muito atípica, com oscilações intensas de temperatura e a chegada de uma inesperada frente fria. Mas, convenhamos, para nós o clima lá fora pouco importa. Independente de qualquer coisa, o calor maior sempre residiu aqui dentro!


A Pequenininha

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