Perfeita por natureza
“Perfeita por natureza/ Ícones da auto-indulgência/ Exatamente o que todos nós precisamos/ Mais mentiras sobre um mundo que nunca existiu e nunca existirá/ Você não tem vergonha?/ Você não me vê?/ Você sabe que tenho feito todo mundo de tolo?” Everybody's Fool – Evanescence
São poucos os que nos conhecem na intimidade, que sabe de nossas dores, nossos dramas, que sabem ‘qual é’ de verdade. A maioria das pessoas nos conhece na superficialidade, nos julgam na superficialidade, mas nem por isso vão pegar leve na hora de criticarem e definirem. Eles querem saber suas fraquezas, especular sobre suas ações, invejarem, ou simplesmente criticarem a realidade deturpada que eles possuem de você e que julgam ser incorreta ou talvez ‘ideal’ e perfeita. Não tem como evitar isso, mas ninguém conhece a sua realidade mais do que você mesma e sabe se ela lhe apraz ou não.
A grama do vizinho sempre parece mais verde, já diz o ditado que revela a natural tendência humana à ambição, crítica e até um certo interesse pelo universo alheio. ‘Mas você está chique hein?!’, ‘Quem me dera eu no seu lugar!’, ‘Você reclama de barriga cheia!’… e tantas outras expressões advindas de pessoas que são intensas no julgamento, mas superficiais no conhecimento do alvo da crítica.
É inevitável se abster de críticas, até porque somos seres sociáveis e críticos. Mas estereotipar uma pessoa pelo que achamos conhecer dela pode ser algo inapropriado e perigoso (talvez mais para a pessoa que realiza o ato do que o alvo da crítica). Cada um possui suas particularidades, sabe o ponto que dói, o que almeja e o que é ideal para ele ou não.
Muitas vezes criamos uma imagem errada do outro, pois pegamos determinada situação e analisamos ela desconectada de seu contexto na qual a pessoa se encontra. Passamos a ter, então, uma visão limitada do que realmente ocorre. Uma situação poderia sim ser perfeita (por exemplo, sair em uma capa de revista) se não envolvesse toda uma problemática que está por trás e quem só passa por isso conhece (a forte auto cobrança, fingir um modelo de perfeição, críticas desanimadoras sobre o trabalho, o não reconhecimento por parte das pessoas que gostaria, etc.).
Tudo é muito relativo e particular, só quem está dentro do contexto e pessoas muito próximas para entender o que realmente se passa em determinada situação. Ao invés de julgar, criticar ou invejar a vida alheia, devíamos tomar para nós o que de bom vemos nos outros e tentar constantemente nos aperfeiçoar segundo nossas perspectivas e realidade.
Acredito que cada um deva ficar no seu quadrado, com suas conquistas, sonhos, sofrimentos e ideais. É parando de se ocupar com o que é alheio e focando no auto crescimento que deixamos de lado muitas intrigas, falsas imagens e invejas, e passamos a ser pessoas melhores e mais de bem conosco mesmas. Talvez esta nova postura também gere críticas, preconceito, inveja e discriminação. Mas essas são críticas superficiais de pessoas superficiais que não devem, nem podem, te atingir. Cabem a elas também se tocarem para a vida e passarem a cuidar mais do próprio gramado!
De uma menina que tem um gramado muito verde para quem olha de longe, bem de longe…! Aiai…
Bjus… A Pequenininha
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