Questionamento básico

‘Questões da ciência, ciência e progresso/ Não falam tão alto quanto meu coração.’ The Scientist - Coldplay

Quem não tem um ponto o qual incomoda ou que está, de forma decepcionante, desajeitado com as suas vontades? Com esta blogueira não poderia ser diferente.

Parei pra filosofar um dia (imagina as idéias que surgem) e percebi que vou formar no mestrado sem nunca ter tido namorado. Ao contrário da maioria das meninas da minha idade, eu nunca ganhei um presente de um boy (flores, chocolate, pelúcia, um guardanapo dobrado que seja), nunca tive um dia dos namorados, nunca precisei acompanhar a vida e a família de alguém mais de perto ou trocar mensagens fúteis, mas fofas, pelo celular. Sinto-me incompetente por dominar altas questões da Biologia mas não ser capaz de fazer um cara me ligar no dia seguinte. Parece mais fácil obter um título (de mestrado, doutorado ou o que for) do que se completar afetivamente como pessoa!

Dizem que a vida de solteira é muito boa. Não discordo. Amo minha independência, me dou bem com minha racionalidade e a maneira prática com que resolvo minhas questões. Mas talvez, como uma boa cientista, queria também investigar o outro lado da questão. O máximo que já estive com alguém foi um mês e meio (e ainda viajei neste intervalo). Não considero isso um namoro, mas confesso que queria viver mais daquilo. Foi uma fase em que me senti muito humana, onde as feridas do meu coração iam sendo tratadas, e parei pra notar que é realmente bom ter alguém do lado com quem se possa contar.

Talvez o meu principal questionamento, na qual se eu conseguisse responder seria o post do ano, é ‘o que é preciso para fazer alguém ficar’! Os carinhas que conheci me acham gente boa, alguns eu tenho consciência de que realmente gostaram de ficar comigo, a maioria pega o meu telefone ou têm alguma forma de manter contato. Procuro dar o meu melhor, mostrar o que há de bom em estar comigo, não pra amarrar ninguém, mas sim para cativar. Por que as coisas então não vão pra frente? O que falta?

A sociedade anda muito banalizada, com o carinho sendo negociável ao invés de doado e compartilhado. As pessoas não querem mais se apegar. Homens, por mais que achem interessante uma garota, acham perca de tempo estar apenas com uma de forma estável. Sexo virou uma das únicas moedas, e ainda de baixo valor, para motivar alguém a ainda querer manter contato depois de uma noite; e é mais com a justificativa de 'sanar uma carência física' do que propriamente pela companhia. É muito difícil, para mim, compreender como é possível você se doar tanto para alguém em uma noite e depois ter que se comportar de forma totalmente indiferente, fingir que nunca a conheceu e que o que tiveram foi uma coisa apenas ocasional e básica, como um cumprimento. Enfim, a modernidade anda em um ritmo que eu não consigo ainda acompanhar, e talvez seja por isso que eu esteja tão a quem das expectativas.

Não quero dar uma de pessimista, creio ter uma postura muito realista dos fatos. Não tenho uma perspectiva de que minha situação mude, mas não é por isso que vou deixar de mostrar meu lado positivo, de querer cativar alguém por aquilo que sou. Certa vez um menino me disse que sou muito diferente, no sentido de única e especial, uma pessoa boa. Creio que um dia alguém vai notar isso e talvez perceba que esta era a diferença que faltava na vida dele. Aí, quem sabe, poderei ter uma experiência válida de flores, mensagens e tosquidez típicas das pessoas que amam, e decidem estar uma ao lado da outra.

De uma menina que só consegue ter um caso antigo com os estudos e suas filosofias baratas.

Bjus... A Pequenininha

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