Meus medos
“Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.” Metade – Oswaldo Montenegro
Acho que tenho tanto medo de me apaixonar quanto da morte. Tenho medo também de alguns insetos, contrair algumas doenças graves e, por certos momentos, de ficar sozinha. Mas nunca um medo me assolou com tanto temor como o de ter uma paixão. Assim como tenho apego à vida e temo a morte, me apego ao meu equilibro emocional e temo o desastre de ficar tosca (como carinhosamente denomino esta condição).
Sinto-me tão altiva e independente quando isso não ocorre, é tão bom! Definitivamente não consigo lidar com questões emocionais, não sei amar de forma saudável e o medo de me apegar e depois me machucar tortura o meu interior em uma intensa batalha interna. Quando percebo que todo esse ciclo de ficar tosca se inicia procuro reprimir com força, o que trava um grande conflito pessoal com a intensidade do meu sentimento e que acaba por me devastar e me tirar todo o meu equilíbrio.
Graças a Deus fatos como esses demoram a acontecer, mas me deixam muito insegura quando acontecem. Passo a ocupar energia e tempo demais planejando, mascarando o sentimento, tentando acreditar que aquilo não está ocorrendo ou que passará logo. Sinto-me como uma criança inexperiente entrando em um campo minado, imaginando que vai se despedaçar no próximo passo. Não estou preparada para gostar de ninguém, não tenho estrutura para isto!
No meu último descompasso emocional quase morri, literalmente! Senti algo semelhante a uma síndrome do pânico, algo muito ruim, então depois parei para refletir que nunca mais queria passar por aquilo novamente. Fiquei imaginando que a próxima vez que isso ocorresse eu poderia dizer adeus a meus amigos e familiares, pois poderia não resistir de tão intenso que parecia. Parece drama diante de algo aparentemente simples, mas não é bem assim.
Estes são meus medos que vem de minha criação, do meu bloqueio pra lidar com isso e das minhas más experiências. Sei que uma vez entrando numa situação de tosquidez tenho que controlá-la e resolvê-la o quanto antes para que ela não tome proporções autodestrutivas. Sei também que preciso aprender com algo tão natural e que ocorre com todo mundo. Claro que, ao mesmo tempo, vem toda a expectativa de que o novo sentimento possa dar certo e que me traga coisas boas. Ocupar a mente com isso dá certa vida para nossa alma, porém é o conflito e repreensão do que sinto que me mata aos poucos.
Apesar de nem ser uma situação de tosquidez confirmada, me sinto com tanto medo! Só de me imaginar entrando nesta fase já me dá calafrios e uma inevitável vontade de chorar pelas coisas que precisarei lidar. Merda, 1000x merda!
Que eu saiba lidar com esse campo minado, esta encrenca feia, que imagino estar entrando!
Bjus… A Pequenininha
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