Carência e pegação
O que digo aqui é uma coisa generalizada, mas que a maioria das pessoas se identifica de alguma forma. Quem nunca pensou: ‘Estou carente, preciso de alguém!’ ou ‘Ando precisando dar umas espairecidas, conhecer novas pessoas, e quem sabe ter um novo caso.’?!? É comum querermos passar um tempo sozinho e depois termos aquela necessidade de estarmos com alguém. Independentemente do nível de carência e pegação em que você se encontre, e este balanço é particular de cada pessoa, é indiscutível dizer que estes fatores são fortes aliados.
Tudo parece um ciclo vicioso onde você se encontra sozinha e bate aquela necessidade básica de alguém que lhe faça companhia, compartilhe alguns momentos com você e, claro, dê uma boa pegada. Então você acha prático e divertido sair com seus amigos para sondar alguém por aí... E imagina o que você encontra?! Muitos caras com a mesma intenção que você! Todos muito interessados em ‘aumentar seu network’ e aproveitar o melhor que a noite tem para oferecer! Vocês se conhecem, dão uns beijos e aproveitam a pessoa como se não houvesse amanhã, pois, muito provavelmente, não haverá amanhã!
Ciclo básico da carência e pegação
Ficar com um cara na balada é bom, mas algo muito casual. Aceite o fato de que provavelmente você nem espere que ele ligue novamente ou talvez nem queira que isso aconteça. Se o momento foi bom, isto é capaz de satisfazer suas vontades durante certo tempo. Mas eis que a maldita carência ressurge e a necessidade de voltar à fonte da pegação é inevitável. Então surge uma nova festa, uma nova combinação com as amigas e no meio da festa provavelmente um novo peguete... e tudo se repete!
Não falo que isso é ruim, mas é vicioso. Por ser uma fonte imediata e a necessidade de ter alguém é constante, ocorre à necessidade de encontrar este consolo em vários ao invés de somente um. Você também vai perdendo a sensibilidade, a capacidade de se apegar e de se entregar, pois sabe que não vale a pena e o quão prejudicial é fazer isso com um caso de uma noite. Porém, chega um momento em que você gostaria de sossegar, viver algo mais verdadeiro e intenso, um relacionamento de verdade com sentimento e envolvimento de verdade. Você quer algo tranquilo, pois as ficadas sempre parecem meio vazias, onde um usa do outro para benefício próprio. Bem, agora você está a fim de um namoro!
Porém namoro é algo que assusta muita gente e algo cada vez mais difícil de arrumar. No seu ciclo de pessoas fora das festas isso parece ser meio impossível de arranjar, e uma vez que se encontra nas festas isto é assunto que não pode sequer ser mencionado. Complicado isso! Você continua então a ir para as festas, mas não com o fim de ficar com alguém e sim de só se divertir, conversar com as pessoas, conhecê-las e, quem sabe nessas, ter a oportunidade de conhecer alguém melhor, em que realmente vale a pena investir.
Uma vez que isso não ocorre, você diminui o seu ritmo de baladas e fora dela não arruma nada, a carência novamente vai batendo a porta. Você então se pega a imaginar novas estratégias. E sim, você sente saudade da sua vida de pegações vazias e pensa que ‘É melhor ter algo por uma noite do que não ter nada sempre!’ Logo, reúnem novamente você e suas amigas para saírem fatais para a próxima festa e, fatalmente, arranjarem alguém por lá. E assim fechamos e reiniciamos novamente o ciclo!
Cada um funciona de uma maneira distinta, mas é algo que ocorre com todo mundo e é absolutamente normal. Existem pessoas mais carentes, outras mais despojadas e se ligadas na pegação. Há ainda aquelas em que o principal meio de arranjar alguém não é nas festas, mas sim em algum grupo a qual participa, na faculdade, com os colegas de trabalho ou estudo, e até na igreja em que frequentam. A busca e os meios podem ser particulares, mas o sentimento é o mesmo: compartilhar um pouco da nossa existência com alguém e não nos sentirmos tão sós e estressados em meio a esse mundo conturbado. Boa sorte então na busca de cada um!
De uma menina que, de certa forma, se sente presa a este ciclo vicioso.
Bjus... A Pequenininha
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