Por que não tenho um namorado?

sem namorado

Quando eu era a menina mais insegura do universo essa pergunta percolava a minha mente com insistência: ‘Por que eu não tenho um namorado?’ Achava curioso o interesse que despertava e os elogios que recebia. Contudo, mesmo que tudo parecesse bem, a situação não continuava, não ia para frente. Hoje esta questão já não me perturba tanto, mas, curiosamente, somente no momento atual consigo ver com mais clareza as possíveis explicações para esta pergunta.

Na minha breve vivência pude me deparar com várias personalidades masculinas. Mas acho que de maneira geral posso encaixá-los em três perfis: os imorais, os moralistas e os frescos. Vamos tentar entender o que há de errado com ele e nós mulheres nesta história.

Primeiramente vamos falar dos imorais, que é o tipo mais comum. Não que eles sejam pervertidos, só queiram te usar e são babacas. Mas no geral são homens que não escondem o interesse sexual ao chegarem em uma menina. O que atrai primeiramente é o físico e o que a pessoa poderia lhe proporcionar com ele. Se esse desejo não puder ser satisfeito a um relativo curto prazo, isso faz com que o cara pense que o investimento não vale a pena e que, inevitavelmente, é melhor partir para outra.

Sim, estou falando de sexo! Em um mundo onde esta prática ficou tão banalizada, o sexo passou a ser moeda de troca, motivo para o outro ficar, um das grandes razões para o sustento e termômetro de um relacionamento. Para quê um homem feito, independente e com uma vida sexual ativa (que hoje em dia começa, em média, depois dos 15, segundo pesquisas no Brasil) vai querer mexer com uma menina inexperiente em detrimento de muitas que não são (a média também vale para mulheres)? Muitos não têm essa paciência de conhecer a pessoa, de acompanhar seu tempo e seus limites. Não que ele não te ache legal, ele só acha que não compensa o custo-benefício, e o autocontrole não é a palavra forte dele.

Você, então, pessoa bacana e descolada, apesar de toda a sua independência ainda não pode dar o que ele tanto quer, portanto, não é a companhia ideal para as diversas noites seguintes com ele. Mas não fique triste com esse mundo perdido e interesseiro, pois existem os moralistas!

Estes, os moralistas, como homens que são, também possuem sua libido, porém os seus preceitos pedem que evitem o pecado e o ‘comportamento mundano’ tão difundido pela sociedade atual. Logo, são dotados de maior paciência, autocontrole e desapego às coisas carnais. São homens que vão conhecer ‘o seu interior’ primeiro, vão analisar seu comportamento e personalidade, sua compatibilidade de pensamento. O fator sexual não tem muito peso de início, pois não é o objetivo do cara; alias, ele até prefere mulheres puras, doces e angelicais.

O problema deles? É que eles analisam tanto, e são tão discretos para investir em alguém, que talvez ele nunca ache a mulher ideal que se encaixe em seus padrões ou ela talvez nunca perceba que ele está afim. As intenções ficam veladas, ninguém toma uma atitude, parece que ambos ficam esperando uma cola cair do céu e unir os dois. Às vezes parece até entediante! Também são caras que geralmente ficam inseguros com a independência e com a imagem que a mulher passa. ‘Como o filho perfeito vai apresentar para a mamãe e para os seus outros amigos moralistas a nova namorada legal que escuta rock ao invés de Paula Fernandes? Uma menina dona da própria vida ao invés de uma nova Barbie grudenta?’ É difícil meninas! rsrsrs…

Em uma comparação chula, os moralistas são aqueles cachorrinhos comuns que passam por você com aquele olhar meigo que você ama, mas que não revelam uma clara intenção de que queriam que o levasse pra casa com você. Já o imoral é aquele pitbull valente que lança aquele olhar de predador, que late e que ainda chega perto pra te cheirar: pode até te dar medo e não ser seu cão favorito, mas no fundo você adora e valoriza aquela imagem de imponente. Por último temos os frescos, que acho que podem ser comparados àqueles cachorrinhos poodle de madame, pois querem que você esteja sempre a serviço deles.

Os frescos fazem um tipo que eu particularmente não suporto. Não que eles vão cobrar sexo de cara ou não tenha atitude. Eles podem se mostrar todo doce e necessitados de atenção, e isso é lindo! Mas são os que, geralmente, se comportam de maneira infantil: ou com chantagem emocional, ou só aceitando as coisas de acordo a sua visão, ou são aqueles que simplesmente só conseguem olhar para o próprio umbigo. É o tipo de cara que prende uma mulher quando ela se encaixa no papel de sua nova ‘mamãe’, ou escrava e babaca, em minha opinião. São aqueles que querem se impor, mas vivem confusos, não tem opinião definida e ficam cheio de picuinhas. Nem preciso dizer o porquê não rola nada com alguém assim.

Caras frescos não se apegam porque não sabem se relacionar, vivem no mundinho bem fechadinho deles. Mesmo que pareçam legais em 1ª impressão, talvez a maioria das mulheres não consiga permanecer com eles, eu pelo menos não conseguiria. Se percebermos estes defeitos de cara, nem nos sentimos tão mal por não receber uma ligação no dia seguinte, pois dispensa ter que inventar desculpas.

Afinal, o que quero dizer com tudo isso?! Quero dizer que existem diversos tipos de caras, com diversos tipos de intenções e que você só precisa se identificar o que é melhor e combina mais com você. Nenhum tipo é perfeito, todos possuem os seus prós e contras, assim como você, e isso é interessante pela diversidade e pela capacidade de definir o que é melhor a partir do conhecimento do outro.

Porém, o que coloco aqui e destaco é que, por mais que adequações seja necessárias para que se entre em um namoro, não devemos perder nossa originalidade, nossa essência e força de pensamento. Não transe com um cara só para prendê-lo, não se faça de ‘falsa puritana’ para agradar um possível pretendente ou não vire uma fresca pra conseguir viver com um fresco. Seja você e uma hora alguém conseguirá te reconhecer pelo que você é e pela alegria e boa experiência que seria se trilhassem um caminho juntos.

Eu já tive um namoro uma vez, se é que posso considerar assim, que não duraram dois meses. Até hoje nem sei direito por que terminamos, mas sei que aquilo parecia que não conseguiria ir mesmo muito além do que durou. Não é porque não deu certo que fiquei descrente dos homens e do mundo. Sei que tenho muitos defeitos que muitos não tolerarão, da mesma forma que sou meio intolerante a certas coisas. Mas eu não escreveria este texto se não acreditasse no amor e nos relacionamentos! Acredito que quando me abro para conhecer o mundo e as pessoas, elas também olham pra mim e me percebem, me conhecem. Quem sabe, um dia, alguém no meio disso tudo reconheça essa nossa compatibilidade para brigar, sofrer, sorrir e amar juntos?!

De uma menina que encontra impasses para se relacionar com os imorais, os moralistas e os frescos. Eitá!

Bjus… A Pequenininha

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