Pensamentos retrospectivos


“Quando eu me perco é quando eu te encontro
Quando eu me solto, seus olhos me veem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho, eu me sinto tão bem

Você me fez sentir de novo
O que eu já não me importava mais
Você me faz tão bem.”

Detonautas – Você me faz tão bem

Volta e meia me deparo novamente com este sentimento e com todas as suas consequências convertidas em reações estranhas. Dizem que o nosso coração nunca fica vazio, não é verdade? Então acho que em algum lado obscuro da minha afetividade você sempre esteve escondido por todo este tempo, fato o qual eu gostaria de verdadeiramente esquecer.

É loucura te esperar, é insano querer-te tão bem sem desejar nada em troca e não é certo eu me contentar tão somente em presenciar sua alegria, em vibrar com suas conquistas (observando de longe), e ter a absoluta certeza de que nunca farei parte delas, nunca terei parte significativa em suas vivências.

O fato é que te amo! E, pra mim, é um grande infortúnio nunca esquecer ou fugir disto. Procurei imensamente, em vão, em outros lugares, pessoas e coisas algo que me tirasse este incômodo de gostar tanto de você. E, acredite, por um momento achei que havia conseguido, juro que pensei! Mas aí tudo cai por terra de repente, e o meu castelo de areia criado para ser meu novo mundo, minha nova realidade, simplesmente desaparece e me revela novamente como uma pessoa totalmente sem defesas, tal como sou ou sinto realmente.

Você é aquilo que sempre planejei pra minha vida, algo que deveria ser completamente certo e sólido; se não fosse o fato de que, ao seu ponto de vista, eu não sou encarada da mesma forma. Nossa, eu rezo por você, torço por você e quero que você seja feliz mais que tudo, nem que para isso eu sacrifique um pouco de mim mesma! Que tipo sentimento bandido é esse que tanto me transtorna? Por que o maldito do tempo não se encarrega de apagar toda essa porcaria? Por que eu não fico tosca por outro idiota qualquer logo, só pra me livrar do vício que é te querer tão bem?

Sinto saudades. Sinto a falta das coisas que nunca senti ou recebi, sinto falta até das suas displicências claras seguidas de um pedido de desculpas singelo (sincero?), ou suas fugazes presenças que pareciam valer toda a espera e expectativa. Você me faz muito bem e, contraditoriamente, contribui para o meu mal. Talvez neste contraste até chegasse a ser meu ponto de equilíbrio, mas o meu pobre julgamento ainda não consegue por um fim a este eterno debate interno: até que ponto vale a pena investir em tudo isso, e quais os benefícios de cultivar toda essa relação em contrabalança à falta de resposta a ela?!

Que idiota é cair neste ciclo interminável de sentimentalismo barato, de me mostrar tão humana e fraca e por ter uma vida relativamente descontrolada por estas questões de minha vida, nunca resolvidas. O fato de te amar não quer dizer que quero que isso seja eterno, ao contrário, hoje vejo mais que tudo que preciso me livrar logo da droga que é gostar de você.

Então as coisas ficam assim: eu te amo, você sabe disso, mas prefere permanecer neutro, e ambos temos esta disposição em querer esquecer de tudo isto o mais rápido possível para evitar maiores constrangimentos. Que seja! Já estou mais acostumada do que pensa a toda esta realidade e tudo acaba virando estatística para os meus desastres amorosos mesmo. No final das contas, sei que isso não vai dar futuro algum e por isso só espero esquecer logo a dor que este sentimento tão nobre me causa.

Que sejamos felizes em nossos próprios caminhos, já que o não encontro dos mesmos justifica o fato de estarmos tão distantes apesar de sermos tão semelhantes. Que a mesma providência que me fez conhecer você me faça esquecer-te e me ensine a lidar com estas questões que hoje considero tão complicadas e difíceis. E que você seja feliz! Eh, sinceramente desejo que sejas muito feliz, independente do contexto em que você escolheu para seguir sua vida, da mesma forma que o desejo pra mim, prosseguindo rumo à nossas metas decididamente; com fé, força e confiança.

Abraço a todos... de uma menina que escreveu este texto enquanto estava meio grogue e que por isso destaca ao caro leitor que não leve tanto em consideração todo este sentimentalismo barato; fruto de minhas introspecções, situações mal administradas e, como se não faltasse mais nada, pura falta de sorte. Bjus... A Pequenininha.

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