Eu e minhas drogas
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“Pobre daqueles que se consideram autossuficientes.”
Eu sou aquele tipo de menina que procura ajudar aos outros mas em muito não consegue suportar a si mesma. Uma pessoa que dá conselhos adultos, que apresenta uma maturidade adulta, mas que se encontra ainda como jovem. Que ensina coisas que ela mesma devia aprender a empregar, que fala mais com uma experiência de dor e observação do que com uma experiência de vida de superação. Eh, é difícil e chato reconhecer que eu envelheci mais rápido do que previ e nem por isso vivi todas as emoções que me cabiam.
Eu sou o cúpido que não acredita que possa amar; que duvida veementemente sobre o seu sucesso afetivo, mas que continua trabalhando na ‘progressão do amor’, mesmo que isso traga prejuízos próprios. Sou a pessoa que prega o amor, que percebe o seu poder curativo mas que muitas vezes não consegue cultivá-lo em seu próprio coração por conta do automatismo e racionalidade que a vida ensinou a empregar. Que construiu sobre si uma barreira de isolamento, tal como muro de defesa para tantas debilidades, para o próprio medo de amar e de se entregar; se deixar levar pela vida, pelo momento e pela emoção.
Eu sou o anjo que se feriu e agora se sente insegura em voar; que sabe fugir como ninguém de suas fragilidades e quando as depara finge que ainda é anjo forte com toda a sua potencialidade de ação contra as adversidades. Que procura às vezes enfrentar o problema mesmo diante de suas pobres condições, pois se consola na ideia de que o tempo e a dor são ótimos remédios e professores para a vida; e assim vai se arrastando na agonia deste contínuo aprendizado.
Eu sou aquela que procura ser independente do mundo e das pessoas, mas que ainda não aprendeu a ser independente de si mesma. Que se faz de durona para controlar suas ações e emoções e as tenta prender de forma insuportável, como se isso fosse completamente possível, dentro de si.
E quando são percebidas as consequências de tanto introvertimento já se encontra ainda mais complicada consigo mesma, porque agora também o que doí é o bolso. Investe, então, em outra droga qualquer que amenize uma consequência real e física de causa que ela não conseguiu, não consegue e acredita nunca conseguir controlar: sua ansiedade, o medo de seus impulsos, a dor que às vezes é ser você mesma.
Pois é, sou essa menina que procura ser independente na vida, mas que está presa a si mesma e às consequências de tanta introspecção. Palmas pra mim que passou por tantas dificuldades, para os outros considerados ‘insuportáveis’, mas que não consegue lidar com pequenas questões só porque estas atingem o seu ponto fraco que a própria diz tanto conhecer mas tampouco lidar.
Abraço a todos... de uma menina que está com coração acelerado por saber o quão difícil é assumir-se fraca e dependente e que percebe o quanto precisa melhorar para estar em paz consigo mesma e adquirir um nível saudável de equilíbrio de vida. Bjus... A Pequenininha.
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