Chovia...

Chovia...

Lá fora estava frio e sem previsão de estiagem, mas aquele quarto nunca esteve tão quente! A janela estava completamente embaçada, era possível sentir a energia intensa que pairava no ar. Enquanto envolta em seu corpo fiquei por segundos, talvez minutos, observando as gotas de chuva que escorriam pelo vidro, o barulho da água que caía, e com ele também o da nossa respiração ofegante que ia se reestabelecendo aos poucos. De resto, era silêncio, era entrega, erámos nós e mais nada!

Pensei em dizer algo, não conseguia. Acho que você tentou dizer também, mas sem sucesso. Então sinto suas mãos me apertando mais forte contra seu corpo e essa é a deixa pra eu deslizar meus lábios delicadamente por sua bochecha, descendo pelo seu nariz, até nos encontrarmos face a face, olho no olho. Tudo foi dito ali, sem mencionar uma palavra sequer!

E eu sei que quando lembra de mim, lembra em especial dessa noite. Eu poderia apostar que, na sua cabeça, vem a lembrança de como eu desci devagar pelo seu peito, indo até seu abdômen, beijando, lambendo, unificando o seu sabor, o sabor do seu suor, com o da minha saliva, sem pressa... até você pedir para que eu o devorasse por inteiro, que sentisse toda a sua rigidez em minha boca!

Eu sei que você lembra a forma que eu explorava o seu tesão como ninguém! Te chupando, com desejo, ritmado; devorando-o por completo e depois voltando ao topo... massageando, escorrendo, sugando, te olhando e devorando-o novamente. Enquanto apertava as suas coxas, ia com mais intensidade, sentia o latejar do seu pau em minha boca, os seus gemidos, a sua respiração cada vez mais alta, seu quadril empurrando cada vez mais fundo... e mais fundo... e mais... até, por fim, sentir você explodir em um gozo incrível dentro de mim!

Eu sei que quando se lembra de mim, essa é uma das memórias mais fortes e mais recorrentes que lhe vem à mente. Eu sei disso porque essa é também uma das lembranças que mais deliciosamente me torturam quando me lembro de você! Nossa conexão sexual não nos deixa mentir!

Talvez, naquela noite, naquela troca de olhares, naquele silêncio, tenhamos selado um acordo que nem nós tenhamos coragem de assumir um ao outro: de que a intimidade e intensidade vivida ali, ficaria ali. Porém, para além dos limites daquele quarto com janelas embaçadas, faríamos morada eternamente na mente um do outro, nas nossas mais valiosas memórias!

A Pequenininha

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