Soneto de Fidelidade
“Livre interpretação do poema de Vínicius de Moraes, luz da razão e asas para a expressão da alma.”
De tudo ao meu amor serei atento, pois procurarei cuidar dos detalhes, entender os defeitos e amá-lo mesmo diante deles. Permanecerei quando e o quanto for preciso; procurando sempre conhecer (e me auto conhecer), corrigir (e me aperfeiçoar), sabendo a hora de dizer sim e dizer não.
Terei zelo com aquilo que procuro cultivar, sendo prudente, mas também sabendo me arriscar; avaliando constantemente meu desempenho nesta jornada misteriosa que é o desvendar dos sentimentos, o caminho da diária conquista do outro.
E mesmo que eu me encante e me sinta vislumbrada com todas as ações e situações...
Quero eu procurar corresponder à altura o que me é dedicado, para também poder compartilhar a minha alegria e encanto. E nesta meta que seja mais o outro a perceber as melhoras e bons frutos gerados em meu coração e em nossa relação, o que, por consequência, me encantaria ainda mais.
Quero viver este sentimento em cada vão momento. Desde uma singela troca de olhares, um pequeno gesto de afeto ou uma piada besta pra divertir em um momento de tensão ou tristeza, até o companheirismo que ultrapassa as distâncias, o consolo quando tudo parece sem chão e os discursos de ânimo e força.
E será nítida a alegria e contentamento por estar ao lado de quem se ama, pois estes se reconhecem em cada gesto e as pessoas reconhecerão em ambos a expressão e intensidade do que sentem; pois as boas percepções devem se deixar contagiar a todos.
E por consequência poderei rir e chorar...
Com as inevitáveis tristezas e alegrias que aparecerão ao longo das vivências e convivências, conveniências e inconveniências da vida (sem necessariamente ter sempre nexo entre as ações e reações expressadas).
E tenho consciência de que todos somos imperfeitos e finitos...
E por isso mesmo temos que viver mais e melhor cada momento, nos conhecer e reconhecer para aprendermos sempre mais. Pois o amor pode simplesmente acabar entre os que veem seus corações baterem, mas não mais o sentir...
Ou outros, ainda, serem condenados à eterna solidão e confinamento de seu sentimento por simplesmente não terem aproveitado a chance de agirem, de serem sinceros com o amor que pulsavam em seus peitos mas que agora reprimem.
Eu não sou a mais experiente, e estou longe da perfeição e plena sabedoria das coisas, principalmente em relação a estes assuntos, mas posso dizer do meu conhecimento a respeito dos amores (que tive);
Que não busquemos uma eterna relação, preferindo viver anos e anos juntos mesmo que em constante estado de mornidão.
Mas que em cada momento em que permaneçamos juntos, que em cada instante, possamos disfrutar o máximo, como um eterno momento. Que nunca nos percamos em ações vazias, mas que percebamos nos detalhes a forma intensa, significativa e eterna do verdadeiro amor.
Estes são momentos de singela tosquidez, raros e preciosos que, quem sabe, podem perdurar eternamente. Quanto a isso também não temos certeza, são coisas que podem se tornar uma realidade concreta por cuidado ou ironia do destino. Sua efetivação não seria motivo de reclamação; seria o culminar da perfeição de uma simples e pessoal interpretação de um soneto de fidelidade! Se você acredita, investe ou acha tudo isso uma baboseira, aí já é um olhar particular sobre estas divagações… deixo então em aberto para uma livre interpretação das coisas.
Bjus... A Pequenininha.
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