Vingança
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A vingança vale pela adrenalina do momento; ela sabe ser fina, forte e sarcástica. Como o amor, a vingança desce como algo doce e queima por dentro; é um sentimento que dá brilho nos olhos, mas torna amargo o coração.
Vingança é um prato que se come frio, e tão frio como ela são suas atitudes. Tudo é de medidamente pesquisado e calculado para que o outro pague na mesma moeda, seja pego na sua fragilidade da mesma forma com que atingiu alguém.
O vingador geralmente não gosta do que faz ou geralmente tem consciência de que aquilo é errado. Porém ele não consegue resistir à experiência de estar por cima e mostrar-se orgulhoso diante quem o rebaixou. Muitas vezes estas mudanças são íntimas e só envolve nosso modo de pensar ou agir, mas ela pode extravasar e atingir o outro em maior ou menor grau de atuação (dependendo da situação e do quanto nos sentimos lesados quanto a isso).
Este sentimento cultivado pode lavar a consciência, mas suja a alma e pode levar à tragédias ou até uma doença mental. Quando passamos muito tempo pensando como atingir o outro acabamos por ser displicentes conosco mesmos e darmos brechas para que coisas ruins se instalem em nós, a começar pelo próprio desejo de vingança. Literalmente, é o veneno que tomamos para atingir (ou pensar atingir) os outros, um doce veneno.
Ser vingativo não é difícil. Tirando do pressuposto que todo o ser humano tem um ponto fraco uma pessoa pode simplesmente estudar seu alvo, manipular algumas situações e procurar agir com postura dominante. Geralmente, pessoas vingativas estão quebradas por dentro e o que os move é a dor. Por isso não se edificam, constroem seus planos e ações com base nas suas amarguras e rancores que os levam a cada vez se envolverem mais e serem mais drásticos em suas atitudes.
Quem se vinga quer que os outros sintam a intensidade de seus sofrimentos. Nisto ela passa por um processo de inflamação, se valendo da auto-valorização de seu orgulho e vivenciando coisas próprias de alguém ‘inflamado’, tais como:
- Inchaço: Quer dizer que a pessoa está engrandecida e quer ser vista desta forma, não que ela seja assim de fato. Na verdade, o que o faz crescer é algo que o corrompe por dentro, pois sua essência é algo que não presta; cultivos de ira e orgulho.
- Calor: É a queimação proveniente da dor e que comprime a alma, mas também confere certa adrenalina ao saber que estamos manipulando uma situação, nos arriscando em uma conquista incerta.
- Dor: Processo natural, pois a vingança requer viver e reviver continuamente as dores vividas, sem permitir que as feridas se cicatrizem.
- Rubor: É a sensibilidade que se expressa fisicamente na pessoa. A raiva, ódio e o choro podem deixar mais marcas do que as que pretendemos causar no nosso alvo.
A vingança gera euforia e auto-satisfação, mas quando finalizada vemos que prejudicamos alguém e não tiramos nenhum proveito disto, exceto a maior inflamação da alma. Se compensa ou não este tipo de investimento é uma questão particular, que deve ser julgada em cada caso. Mas, é preciso perceber que ao ser vingativo passamos muito tempo de nossa vida remoendo nossas tristezas tentando atingir o próximo quando na verdade deveríamos olhar para nós mesmos e nos cicatrizar das marcas deixadas e ter a decisão de partir para outra.
Abraços a todos... de uma menina que anda meio sarcástica e maliciosa e que, de certa forma, permite que este processo de inflamação encontre pequenas brechas em si (apesar de saber da necessidade de se controlar e conhecer as conseqüências que isto implica). Que procura perceber tamanhos malefícios, mas que às vezes não consegue fugir da adrenalina fina que é estudar toda uma situação para acabar se saindo bem dela. Bjus... A Pequenininha.
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