Somos responsáveis por aqueles que amamos
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“O amor não sofreria, se não amasse. _ Santa Catarina de Sena”
O amor sincero, em sua essência, é descrito biblicamente como desinteresseiro, fiel, paciente (I Cor 13,1-13). Este sentimento, abordado das mais diversas maneiras, vem ganhando espaço entre as pessoas e a mídia e concomitantemente a isso uma grande amplitude de sentidos. Mas será que sabemos amar corretamente? Que conseqüências isso traz à nossa vida?
Amar alguém de modo verdadeiro não é tarefa fácil, pois exige um exercício diário de todas as nossas faculdades e, muitas vezes, até a renúncia de nós mesmos. Por integrar tantos sentimentos em um só de maneira sublime a pessoa que ama passa a ser responsável pelo reflexo de suas ações e pelo cuidado fraterno do ser amado.
A partir do momento que cativamos e nos deixamos cativar abrimos, afetivamente, espaço para o outro permanecer em nossa vida. Com isso passamos a fazer parte de sua vivência, influenciamos nos seus afetos, somos capazes de mudar suas decisões. Ao darmos este espaço para o exercício do amor para com os outros devemos ter o maior cuidado e atenção com o desejo de bem alheio; fazer com que nossa presença seja construtiva na vida das pessoas da mesma forma que a presença destas deva ser benéfica para nós.
Nisto devemos tomar consciência de três verdades fundamentais: fomos criados no amor, nascemos para amar e somos alimentados pelo amor que damos e recebemos diariamente. São nos momentos verdadeiros de permuta de sentimentos e ações que ocorrem à construção de nossos afetos. Não existe um meio termo para expressar tal verbo: se amamos, devemos dar o melhor de nós mesmos sempre, em qualquer circunstância.
No entanto, muitas vezes nos fechamos para este entendimento. Temos medo da falta de reciprocidade e compreensão, não estamos aptos a nos entregar sem pensar em receber novamente. Este é uma forma de amor perigoso, pois, apesar de ser tão comum, é interesseiro e passageiro. Ao estamos abertos para tal ação devemos compreender que nem tudo serão flores, que haverá dias em que faltarão as consolações (sem, contudo, faltar à graça de seus frutos) e que esta é uma ação que nos transforma para nos aperfeiçoar; processo este que nem sempre é fácil e aceitável devido nossas fragilidades. Se ainda insistimos em amar é porque vemos nesta manifestação uma recompensa maior que o seu ônus. Somente a vivência diária faz com que entendamos os benefícios e influências que isto provoca para quem ama e é amado.
Para amar somente é preciso estar disposto e aberto e a esta realidade, agir e deixar que isto reflita em sua vida. O amor verdadeiro é zeloso: vê na felicidade do outro a sua própria, se entrega sem, contudo, se perder, pois possui em si o autoconhecimento; que é a consciência do amor próprio (não egoísta) e das coisas que o edificam.
Em um mundo onde o sentido do amor ficou tão relativizado e voltado para o sentido do prazer momentâneo, é preciso voltar à essência destes sentidos para que se possa viver uma coisa que nos torne mutuamente felizes, e não o contrário.
Somos responsáveis por quem amamos, pois seus cuidados também são os nossos, porque sua felicidade nos contagia e seus sofrimentos nos compadecem. Estamos ligados pelas virtudes e podemos agir de forma a transformar positivamente, através de nossos atos, aos outros e a nós mesmos. Quem tem consciência disto jamais desiste desta preciosa ação, mesmo diante dos sofrimentos, pois tem consciência do poder transformador que isto opera. Amemos, pois, a cada dia para vermos na complexidade desta atitude a vivacidade que nos integra e completa.
Um grande abraço a todos. De uma menina que procura contemplar a abrangência e profundidade deste assunto na esperança de um dia entender a influência, importância e conseqüência que isto traz em sua própria vida e na vida dos demais ao nosso redor. Bjus... A Pequenininha...
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