Carpe Diem

 


Sabe quando as pessoas dizem para aproveitar cada momento como se fosse o último? Bem, eu venho aqui dizer que, por mais catastrófico e impulsivo que pareça, elas estão certas! Mas, de um jeito diferente, queria mostrar, pelos meus olhos, como valorar cada momento. Deixem-me contar-lhes uma história. 

Era o primeiro dia do ano e estávamos tomados de saudades e de tesão por alguns diversos motivos. O primeiro deles é que eu havia viajado e fiquei 10 dias fora para passar o natal com a minha família. Nesse tempo de ausência, eis que ele me compra um kit super completo de amarras, algemas e todo tipo de pequenas torturas à la BDSM que vocês possam imaginar e na qual ele estava super curioso para testar. Por último, mas não menos importante, aquele era o primeiro dia do ano; uma manhã tranquila pós réveillon que foi maravilhoso, apenas nós dois, à beira da praia.

E estávamos lá, grudadinhos e preguiçosos, como sempre, com o nosso fogo matinal que era tido quase como regra e sempre foi a nossa melhor forma de despertar em uma bela manhã de domingo.

– Feliz 2023, meu amor! – Disse me achegando mais para perto dele e com a voz ainda preguiçosa.

– Feliz 2023, amore! – Ele une meus braços em seu peito em uma conchinha deliciosa.

E assim gastamos um bom tempo ali, abraçados, curtindo o nosso momento, mas sem voltar a pegar no sono de fato. E íamos nos despertando, despretensiosos. Uma brisa leve vinha da janela e já apontava os raios de sol já no tardar de uma manhã. Vou beijando as suas costas e subindo até a nuca enquanto ele me puxa para mais perto dele. Sinto suas pernas se entrelaçarem nas minhas e a sua mão me guiando, devagar, para baixo do seu quadril, como que querendo me sinalizar algo que eu já sabia o que era. Eu logo me fiz de desentendida e, jocosa, volto as minhas mãos para o seu peito e não hesito em falar:

– Já é tarde da manhã, precisamos levantar para tomar café.

Ele então se vira de frente para mim e enquanto me observa, divertido e contemplativo, começa com a ponta dos seus dedos a desenhar o meu rosto: passando suavemente pela minha testa, bochecha, fazendo a curvinha do meu nariz até descer pela boca, onde gasta um bom tempo ali acariciando e massageando os meus lábios com o polegar e o indicador. Ele então me olha nos olhos e, com aquele sorriso de criança malina, me responde:

– Podemos ir se você quiser. Mas eu não quero. Você quer? – Ele me devolve com essa pergunta tão maliciosa quanto divertida.

Me volto para ele levantando a sobrancelha, como que o instigando se ele realmente queria começar a brincadeira. Então o abraço, rindo, como que já sabendo onde isso ia parar. Ele desliza o seu rosto para junto do meu e me interrompe com um beijo calmo e profundo, se agarrando forte a minha cintura e fazendo-me envergar levemente as costas de encontro ao seu corpo. Se havia qualquer resquício de sonolência e preguiça em mim, ela já não existia mais. Ele havia ligado todos os meus alertas e agora eu só queria desfrutar mais daquilo.

– Espere aqui que vou fazer algo com você! – Ele disse animado enquanto se levantava da cama e ia em direção ao guarda-roupa. Aquele ato repentino me deixou um tanto quanto curiosa, mas também com medo do que ele iria inventar dessa vez.

Ele então abre a porta e resgata uma sacola com vários pequenos sacos transparentes dentro. Cada um deles contendo um pequeno kit de amarras BSDM: algemas com correntes, prendedor de tornozelo, cinta de arreio e tantas outras coisas que eu nem sei o nome para poder mencionar aqui.

– O que você vai fazer comigo? – Perguntei curiosa.

– Você vai ver. Só tem que me obedecer. Você não é minha puta?

E após eu assentir que sim com a cabeça, ele me responde:

– Então minha puta vai fazer o que eu quero e me dar prazer.

Confesso que até pouco tempo esse universo de pequenas torturas não fazia parte das minhas práticas sexuais. Mas ele sabia conduzir tão bem e tudo era tão misterioso e excitante que simplesmente me entregava à novidade; impossível não me instigar com tudo isso!

Ele então se ajoelhou sobre a cama e ergueu a minha perna direita para o alto e ali prendeu uma tornozeleira ligada a uma corrente. Logo, com uma espécie de gancho, prendeu essa corrente a uma estrutura metálica no extremo de uma das quinas de sua cama de casal. Nesse ponto, eu que estava no centro da cama, vi a minha perna totalmente aberta em um ângulo inferior a noventa graus em relação ao meu tronco e, não vou mentir, isso começou a me assustar!

– O que você está pretendendo, realmente? – Perguntei curiosa, mas também com um certo receio da resposta.

– Você logo vai saber. – Ele responde até um pouco seco de tão compenetrado que ele estava naquela ação de me prender.

Então ele faz o mesmo com a perna esquerda, prendendo-a na extremidade oposta da cama. Eu, presenciando e sentindo tudo aquilo, soltei um pequeno grito assustada, incrédula da loucura que ele estava tentando fazer.

– Gatinho, eu não tenho essa elasticidade que você está pensando! Eu não vou conseguir ficar assim!

– Você vai conseguir sim, vai ficar toda abertinha para eu te foder toda, do jeito que eu quero! – Disse isso me olhando profundo, sério, mas finalizando a frase com um sorriso safado e discreto de canto de boca.

Após deixar minhas pernas totalmente imobilizadas e abertas, ele se volta para a minha frente e tira a sua bermuda, devagar, saltando para fora toda a sua rigidez, já nítida ainda que com a roupa. A tortura se faz nos detalhes: no desejo de ter e não conseguir palpar, no salivar que se delonga para matar a sede, na umidade que só cresce e cresce à espera do seu ápice e comunhão de sentidos. Ele sabia muito bem disso e sabia como explorar isso em mim.

Logo ele pega uma venda e a prende firme sob meus olhos, assegurando-se de que eu não conseguiria enxergar nada.

– Não é para você ver nada, foque apenas nos seus sentidos!

Eu, então, sinto uma mistura de excitação e ansiedade. Com toda certeza aquela situação é do tipo que me tira de qualquer zona de conforto. É estranho para mim não ter domínio de onde estou e do que está ocorrendo ao meu redor, especialmente naquela posição totalmente exposta e vulnerável a qual me encontrava. Mas, ao mesmo tempo, isso me permite concentrar ainda mais nos detalhes.

Aos poucos, sinto que conseguia me concentrar mais em mim mesma e menos nos fatores externos que me distraiam. Sinto o aguçar dos meus cinco sentidos e passo a respirar mais calma e espaçadamente. Passo a reparar nos detalhes de forma mais clara, notando, inclusive, o seu passo vindo na minha direção.

– Você estava querendo provar isso, não é? – Sinto-o passar a cabeça de seu pênis sobre os meus lábios e depois sobre as minhas bochechas. – Prova ele então, prova?

E, inclinando mais a minha cabeça, me permito circular a minha língua deliciosamente pela cabeça do seu pau; sentindo-o, provando-o, dando pequenas sugadas com os meus lábios. Era o que a minha posição limitada permitia fazer. Ele então me puxa para ainda mais próximo dele, o que abre ainda mais as minhas pernas de uma forma nunca antes vista ou imaginada por mim, e coloca todo o seu pau na minha boca, uma, duas, três vezes... batendo no fundo da garganta até chegar ao ponto de eu engasgar! Ele então tira-o bruscamente:

– Tá gostando, puta? Quer sentir mais desse pau?

Eu aceno que sim e, ainda retomando o fôlego, sinto ele bater com seu pau rígido no meu rosto antes de voltar a colocá-lo fundo em minha garganta mais uma vez, e mais uma vez... quantas vezes ele julgava que queria e até o momento onde ele percebia que respirar era de fato um desafio para mim. Confesso que fiquei um pouco babada, tossindo a cada série de bombadas fundas, como forma de tentar resgatar o ar, e as lágrimas por vezes saiam involuntariamente dos meus olhos. Mas, ao mesmo tempo, não posso negar que foi deliciosamente instigante senti-lo daquela forma dentro de mim.

Para compensar, enquanto eu o engolia ele também me estimulava. E assim eu me contorcia sem, contudo, conseguir me mover muito devido a estrangulação das minhas pernas pelos dois extremos da cama. A cada vez que tentava me mover um pouco mais bruscamente parecia que algum músculo distendia, me paralisava. De fato, ele fez de tudo para que eu ficasse totalmente imóvel para ele.

Após uma última bombada incrivelmente funda na garganta, percebo que ele para o ato por um momento e então escuto um leve sorriso seu.

– Você não tem ideia de como gosto de te ver molhada assim. E ainda mais toda abertinha para eu te foder. Vou te mostrar como você está!

E, se afastando de mim por alguns segundos, sinto os seus passos se reaproximando, seu corpo se debruçando levemente sobre o meu e um barulho de ‘click’ de câmera de celular.

– Mentira que você está tirando foto da minha buceta!? – Disse, incrédula.

– Vou tirar a sua venda só para você ver como você está e como me dá um puto tesão te ver assim!

E, tirando a minha venda, meus olhos se apertam por alguns segundos para se readaptar com a luz ambiente até que eu consiga, de fato, ver com claridade a foto que foi tirada. E ali estava eu, ou pelo menos uma pequena parte de mim; úmida, rosada, ligeiramente aberta em uma anatomia quase que pulsante. Nunca tinha me visto desse ângulo e confesso que nunca imaginei me ver assim. Mas estaria mentindo se não dissesse que achei excitante me ver pelos olhos dele, e reparar a minha anatomia, tão nua e crua, literalmente, em um momento de pura tensão e excitação.

– Viu como você está toda aberta e molhada para mim? – Ele ri enquanto acaricia o meu rosto. – Agora vou fuder ela com vontade, do jeito que eu sempre quis!

Ele então me venda novamente e dá a volta pela cama. Percebo-o, lentamente, vindo na minha direção. Seu corpo inclina-se sobre o meu e o sinto penetrar-me devagar e fundo... mais uma vez... mais uma... e outra... Bombando lento e profundo para que eu possa sentir cada estocada. E eu o sinto, todo e completo dentro de mim! Sinto-o quente como nunca antes, apertando as minhas pernas e sua respiração ficando cada vez mais ofegante.

Não aguento, fico totalmente imersa nesses sentidos e começo a gemer de prazer. Ele então tira a minha venda e me surpreende com um belo tapa na cara enquanto me fode.

– Não geme tão alto, sua vagabunda!

Um pedido um tanto quanto difícil em meio a toda aquela situação. E, como que também querendo se controlar, ele tira um pouco seu membro de mim e me pergunta o que eu quero.

– Eu quero aquilo. – E aponto o meu olhar para a sua mesa de estudos, de onde era possível observar o plug anal que já havíamos inaugurado no dia anterior.

– Você é uma safada mesmo, não é? Quer ficar toda arrombada para mim! – Ele ri e mais que depressa pega o brinquedo, empolgado com o meu pedido.

Vejo-o colocar um pouco de lubrificante no nosso brinquedo sexual e inseri-lo cuidadosamente em mim, ligando-o logo após. Aquele plug era maravilhoso e fazia o meu ânus vibrar deliciosamente. Em seguida, ele mais que rapidamente volta a me penetrar na buceta, me fazendo sentir completamente preenchida e fodida!

E se eu sentia algum incômodo por minhas pernas estarem vulgarmente escancaradas, tudo tinha acabado naquele momento onde eu só sentia vontade de agarrá-lo e trazê-lo ainda mais para junto de mim. E eu o prendia em meus braços e minhas unhas agarravam-se cada vez mais firme às suas costas, como que não querendo soltá-lo nunca! E ali nos unimos em uma comunhão sem igual enquanto nossos corpos se derretiam em suor, fluídos e um vapor inebriante de tesão no ar. Era uma entrega sem igual e sabíamos disso!

Logo percebo que ele se ergue um pouco e pede para mim olhá-lo enquanto eu me toco. Enquanto isso, ele continua a me penetrar forte e ritmado. Eu não hesito em obedecê-lo; em seguir o ritmo, em me contorcer de prazer, em deslizar os dedos sobre mim na mesma velocidade em que sou fodida e na mesma intensidade que sinto o meu cu vibrar com o auxílio do plug.

Me perco nessa explosão de sentidos! Ele então anuncia que está perto de gozar e assim eu não me seguro mais e explodo em um orgasmo intenso, alto e forte! Gemo alto, não me seguro! Tão pronto, sinto ele também se debruçar sobre mim e a grande explosão do seu gozo, um urro único e intenso, apertando-me fortemente contra o seu corpo.

E, assim, passamos alguns segundos, um debruçado sobre o outro, recuperando o nosso fôlego. Em seguida, delicadamente ele solta os meus tornozelos das correntes como que liberando a sua fiel e amada presa que ele havia acabado de abater. Minhas pernas voltam, aos poucos, para o local habitual; ainda anestesiadas do prazer e do tempo em que ficaram estiradas naquela posição malabarística.

Me volto para ele; delicada, romântica, como que reparando em cada detalhe, como querendo reter um pouco mais o calor do seu corpo junto ao meu. Passamos um tempo ali, nos curtindo, até os raios de sol apontarem que, pelo andar da hora, seria melhor já trocar o café da manhã pelo almoço. Tínhamos todo o resto do dia para aproveitar, mas, primeiro, era preciso criar coragem e levantar finalmente da cama.

Seguimos para o banho; ele primeiro, eu após. Mesmo depois de um breve descanso, as minhas pernas permaneciam totalmente bambas, mal se aguentavam em pé! Ele ria do meu jeito mole e bastante desengonçado pós orgasmo. Na verdade, ríamos um do outro; apaixonados, saciados, e até um pouco incrédulos da nossa energia deliciosamente caótica!  Nossa atmosfera e nossa troca de olhares já era o suficiente para demonstrar um para o outro o que estávamos sentindo e vivenciando. Nada precisava ser dito!

Foi dessa forma que tudo aconteceu. E é assim que guardo essas preciosas lembranças comigo; tão enérgicas e presentes que, por vezes, parecem até palpáveis! É dessa maneira, e de tantas outras, únicas, que lembro com carinho como éramos profundos e entregues um ao outro. Tudo isso só foi possível porque foi com você, amore. Sempre com você!

Transamos como se fosse a última vez! E foi.

Te amo! 

A pequenininha

Que toda dor se torne amor, força e poema.

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