Por ondei andei (enquanto você me procurava)…



“…Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?” _ Por onde andei – Nando Reis

Meu cabelo está diferente, mudei de casa, de telefone, de atitude e de visão de mundo… Acredite, nem o epitélio do meu intestino é mais o mesmo! Sou uma pessoa completa, com passado, presente e perspectivas de futuro. Bem, vez ou outra recordo do que vivi como forma de orientação do que pretendo viver hoje. Aí se encontra um pequeno possível problema, a lembrança de certas coisas que marcaram o meu passado.

Eu comecei a beber (socialmente), estou dependente de festa e saídas com amigos, mais impaciente para expressões forçadas de doçura e com uma mente tomada de ambição, egoísmo, sarcasmo e crítica. Tenho feito planos que não são pequenos para o meu futuro, estou incrivelmente mais confiante em mim mesma (às vezes de forma até exagerada) e nas minhas capacidades, me sinto arrasante quando me arrumo e atraio olhares e elogios, especialmente dos caras bonitos. É um investimento com fim específico, e confesso que estou alcançando êxito em vários aspectos.

Mas vez ou outra aquela menina de antigamente aparece, com os gostos e paixões de tempos atrás, muito atrás! rsrsrs… Isso ocorre especialmente quando ela vê aquela cara de bobo olhando para ela e a atenção que possivelmente ainda desperta naquele que um dia a fez passar por muitos momentos de raiva, mas também a única experiência de relacionamento que a pobre conhece. Por que isso acontece? Talvez seja justamente por isso, por ter sido um dos únicos para o qual ela resolveu dar abertura de alma, uma exposição para a construção de algo que ela acreditava ser diferente, e não foi.

Porém, para a sorte do dito cujo e talvez minha, Deus está com ele e comigo numa espécie de providência divina (Veja aqui) que permite que não nos machuquemos mais um com o outro. Ele olha pra mim e vê uma menina frágil que está mais bonita, porém distante, e eu olho para ele como forma de satisfazer minha carência, mas sem querer nenhum envolvimento forte. Um simples vacilo neste investimento e todas as lembranças negativas também retornariam, e eu poderia acabar com ele sem nem pensar, destruindo-lhe o ego. Por isso, mesmo que essa vontade em certos momentos ainda seja marcante, prefiro me silenciar para não ferir os outros, para que meus desejos individuais não rendam em desastre para ambos.

Nesta hora o leitor pode se perguntar: Se essa pessoa não quer nenhum envolvimento sério, por que diabos então recorrer àquele com quem se envolveu um dia em detrimento as ficadas sem compromissos que diz arranjar por aí?! Em primeiro lugar, talvez seja porque sou uma burra que ainda tem um pouco de sentimento e apego, não me pergunte em relação ao quê. Mas também posso justificar, e nisto poderão até concordar comigo, que o que faz uma ficada ser boa é a intimidade e a compreensão de um para com o outro. Beijar por beijar tem mais graça quando compreendemos também os olhares, as mãos dadas, o universo frágil do outro. Bem, ele não me conheceu, mas os outros muito menos que ele.

Eu mudei, e não conseguiria voltar atrás nem se quisesse. Se ele recorrer a mim não encontrará a mesma pessoa de tempos passados e sei que muito provavelmente não me depararei com o mesmo cara. Evolução?! Talvez sim. Não insisto nestas ideias que vez ou outra me aparecem porque sei que elas são tendenciosas às minhas fragilidades e sem completo ar de razão. No final das contas isso passa e fico quieta no meu canto, sem traumatizar ninguém com o meu retorno! Com a ajuda da providência divina acredito que esta seja a melhor saída.

De uma menina que ainda não sabe completamente quem ou o que é preciso para completá-la em tudo aquilo que lhe é fortemente necessário.

Bjus… A Pequenininha

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